domingo, 17 de abril de 2016

A Bruxa (The Witch) - 2015

Após 2 anos afastada do blog, em meio a bolsa, estágio, faculdade, TCC, decidi voltar para comentar este filme após muitos pedidos e, quem sabe, voltar para ficar. Sem mais delongas, o filme de horror mais amado/odiado de 2016, nosso querido A Bruxa.
[leia tranquilo, minhas análises não contém spoilers]


A Bruxa/The Witch
·   Nota no site IMDb: 7,2
·   Direção: Robert Eggers
·   Gênero: Terror
·   Origem: EUA
·   Duração: 92 min.
·   Elenco: Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie
(retirado de: http://www.imdb.com/title/tt4263482/)

Sinopse:
"Nova Inglaterra, década de 1630. O casal William e Katherine leva uma vida cristã com suas cinco crianças em uma comunidade extremamente religiosa, até serem expulsos do local por sua fé diferente daquela permitida pelas autoridades. A família passa a morar num local isolado, à beira do bosque, sofrendo com a escassez de comida. Um dia, o bebê recém-nascido desaparece. Teria sido devorado por um lobo? Sequestrado por uma bruxa? Enquanto buscam respostas à pergunta, cada membro da família seus piores medos e seu lado mais condenável."
(retirado de: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-233854/)

Crítica:
     A Bruxa, grande aposta de horror da Universal em 2016, foi um extremo divisor de opiniões. Por não ser um filme de terror "convencional" (o que quero dizer em convencional é: gritos, almas perseguindo gente, sustos, jasons com facões), os cinéfilos de plantão tiveram opiniões bastante diferentes: ame-o ou deixe-o. A ambientação antiga, as respostas deixadas no ar, um desenrolar entediante e um final "em aberto", são alguns dos fatores que fazem as pessoas começarem a se irritar e questionar se seu dinheiro foi bem gasto. O que não se pode reclamar da Universal foi seu grande afinco em aumentar o hype do público, sedento por um novo Exorcista.
     O filme começa com uma família sendo expulsa de um vilarejo por motivos religiosos e indo morar no meio do nada, na mais completa miséria, tanto financeira quanto mental. A partir de um acontecimento ocorrido com o bebê da família, toda a confiança é desestruturada e vemos um desgaste mental agravado por uma fé cega e uma religião que mais condena do que salva, afinal, quanto mais clamam por Deus, mais ele os abandona naquela floresta e eventos bizarros começam a acontecer.

Thomasin, representando a figura da mulher abusada e silenciada ao longo da história

    Fruto do diretor Robert Eggers, um diretor novato, A Bruxa não é um filme para dar sustos, fator este que desapontou 90% de seu público insatisfeito. Ganhador do prêmio Sundance, a película aposta principalmente em sua atmosfera, com ótima fotografia e jogos de câmera que mostram apenas um vislumbre do que seria visto, levando o telespectador a imaginar. A trilha sonora também é muito bem feita e constrói todo o ambiente de tensão. Sua construção, enfim, lembra nossa boa amiga A Bruxa de Blair. O filme deve ser assistido não com grandes expectativas, e sim se ater ao que foi mostrado no trailer. Tranquilo e aberto a novas experiências e sensações. Não é grande fã de suspense? Não gosta apenas de ficar na imaginação? Prefere sangue e tripas? Pulos da cadeira? Este não é o seu lugar.
     No fim, o que mais pecou em A Bruxa foi seu marketing, que prometia o filme mais assustador de 2016, e porque não, da década. Guardem seus likes para uma franquia como Invocação do Mal, ou Jogos Mortais, que satisfarão mais os jovens de 14 anos que vão assistir escondidos dos pais e só acham que o filme é BOM se fazer você borrar as calças. A Bruxa: um bom filme de suspense arruinado pelo marketing blockbuster.